20 de novembro de 2015

Que hajam discussões para depois fazermos as pazes


Às vezes sinto que sou mesmo ingénua. Alguém que me segure, pel'amor de deus. Ando por aí a pedir desculpa e a dar justificações por coisas que não fiz só para não haver mais um dia de discussão e uma noite passada em branco. Mas passo disso, acho que não é nenhum problema grave. Se eu quiser ser bacoca, sou. Só que volto a chorar e a chorar. Mas eu sou forte e sei que na próxima semana ou no próximo mês já consegui perdoar quem me fez largar lágrimas. E lá volto eu a ser trouxa de novo. A idade propôs-me a ser mais exigente comigo, principalmente no amor - sou menos iludida e mais calculista e cuidadosa, acho eu. As inúmeras vezes - não muitas - sobre paixões que vivi fizeram-me perceber que uma relação não é só o sentimento. Envolve animais de estimação, família, camas feitas, até telemóveis. Envolve paciência, compreensão e confiança. Também envolve frustração, mágoas e copos de whisky ao balcão de um bar e arrependimentos deitados numa cama. Preciso que saibas que eu não preciso de muito. Não preciso de presentes caros, não preciso de jantares em restaurantes chiques, nem de declarações de amor com serenatas à janela (embora ache romântico e tu cantas tão bem). Sou tão simples e sinto-me tão completa assim. Tudo porque sei que tenho o teu amor. Ou sinto que o tenho, mesmo quando estás ausente. Mesmo quando estás horas sem me mandar uma mensagem, mesmo quando falo para ti e demoras 20 minutos a responder a uma pergunta simples como "queres ir fumar?" porque estás concentradíssimo a passar o feed do Facebook, coisa que me irrita profundamente. Tu sabes que eu sou uma pessoa que precisa de atenção, embora não seja de qualquer uma. É da tua atenção, da maneira como sabes lidar comigo e me pões calma com meia dúzia de paleio de garanhão. Quando digo que és o meu íntimo, não falo de sexualidade. Falo de sonho, falo de esperança, falo de partilhar coisas do passado, da infância, de planos, de um futuro. Falo de olharmos para a mesma direção, juntos. Eu entrego-me de alma e corpo a ti, porque sei que vales a pena o esforço. E sei que, embora não seja sempre tudo belo - porque não é - não vou desistir de nós. Não consigo, não estou para isso. Olho para a nossa relação e vejo que as coisas acabam sempre por se encaixar. Tudo o que está destinado dá certo. O mundo vai ganhando vida, o amor vai ganhando cor... E é disso que nós precisamos. E é disso que eu preciso. Apenas de ti, meu tudo. 

3 comentários

  1. Que tudo corra pelo melhor!
    Muito obrigada pelas palavras! :)
    Beijinho

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  2. Uau! Isto é que é uma declaração de amor :)
    Que se consigam encontrar a meio caminho!

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